sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Eu peço que ajudem a salvar minha filha.

Caros amigos,




Em 48 horas, minha jovem filha estará diante da corte no Paquistão, acusada pela lei da blasfêmia -- uma lei que pune com sentença de morte. Minha menina inocente teve que lidar durante toda a sua vida com uma deficiência mental e não deve ser punida. Eu peço que ajudem a salvar minha filha. Assine essa petição para o presidente Zardari em apoio ao meu pedido de proteção das minorias religiosas:
Na semana passada, uma multidão enfurecida ameaçou queimar minha filha viva, e em 48 horas um juiz vai decidir se ela será solta ou se será mantida na prisão. Rimsha é menor de idade e tem deficiência mental. Ela frequentemente não tem controle sobre suas próprias ações. Ainda assim, a polícia local aqui no Paquistão acusou-a de profanar o Alcorão, e desde então tememos pela sua vida.

Nesse exato momento, minha filha está presa em uma cadeia de segurança máxima, e em algumas horas será julgada diante da corte do Paquistão por blasfêmia, cuja sentença vinculante é a pena de morte. Somos uma família cristã pobre enfrentando a fúria de uma multidão com o caso da minha filha. Muitas outras famílias já passaram pelo mesmo tipo de intimidação, o que lhes levou a fugir ou viver com medo. Mas a atenção internacional sobre o caso de Rimsha motivou os líderes muçulmanos paquistaneses a se pronunciarem contra essa injustiça e chamaram a atenção do presidente Zardari.

Por favor ajude-me a manter a pressão global sobre o caso da minha filha. Eu peço que assinem minha petição para o presidente Zardari salvar Rimsha e exigir proteção para nós e para outras famílias de minoria vulnerável. A Avaaz compartilhará essa campanha com a mídia local e internacional, lida com atenção pelos políticos locais paquistaneses:

http://www.avaaz.org/po/pakistan_save_my_daughter/?bYkSKab&v=17473

Uma multidão enfurecida exigiu a prisão da minha filha após um imã local (líder religioso) começar a incitar as pessoas contra ela, dizendo que ela havia profanado o Alcorão. Então, algumas pessoas ameaçaram acabar com a vida dela e queimar as casas dos cristãos em nossa comunidade. Eu rezo para que durante o seu julgamento, no sábado, as acusações contra ela sejam retiradas e que ela possa voltar a viver conosco.

Nossa família está correndo grave perigo, pois mesmo falar sobre as leis de blasfêmia no Paquistão coloca vidas em risco -- no ano passado, o Ministro paquistanês de Assuntos de Minorias foi morto por ter solicitado a remoção da pena de morte na lei de blasfêmia. É uma situação tão sensível que muitos dos nossos vizinhos cristãos das favelas de Islamabad começaram a fugir de casa.

Nós respeitamos os direitos religiosos das outras pessoas. Esperamos que nossa filha e nossa comunidade fique em segurança, e queríamos que isso nunca tivesse acontecido. Para nossa felicidade, o Ulema Council, um grupo de cléricos e acadêmicos muçulmanos aqui no Paquistão, se pronunciou sobre o caso dizendo: "Não queremos ver uma injustiça acontecer com ninguém. Vamos trabalhar para acabar com esse clima de medo." Com sua ajuda, nós podemos não apenas libertar Rimsha, mas fazer deste incidente o início de uma maior compreensão entre comunidades no Paquistão. Eu peço que assine essa petição e compartilhe com seus amigos.

http://www.avaaz.org/po/pakistan_save_my_daughter/?bYkSKab&v=17473

Com esperança e determinação,

Misrek Masih e a equipe da Avaaz

PS: Essa petição foi criada usando o site Petições da Comunidade da Avaaz, que permite que qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo, inicie um petição sobre assuntos que lhe são importantes. Comece sua própria petição clicando aqui: http://www.avaaz.org/po/petition/start_a_petition/?bv17473


MAIS INFORMAÇÕES:

Criança detida por blasfémia no Paquistão (Público)
http://www.publico.pt/Mundo/crianca-detida-por-blasfemia-no-paquistao-1559711

Anistia: Paquistão deve proteger menina detida por blasfêmia (Exame)
http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/anistia-paquistao-deve-proteger-menina-detida-por-blasfemia

Presidente do Paquistão pede relatório sobre jovem cristã acusada de blasfêmia (IG)
http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2012-08-20/presidente-do-paquistao-pede-relatorio-sobre-jovem-crista-acusada-de-blasfemia.html

Imã acusa menina paquistanesa por queimar versos do Alcorão (Terra)
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI6100730-EI8143,00-Ima+acusa+menina+paquistanesa+por+queimar+versos+do+Alcorao.html

Garota cristã acusada de blasfêmia no Paquistão pode ser analfabeta (G1)
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2012/08/menina-crista-acusada-de-blasfemia-no-paquistao-pode-ser-analfabeta.html

Médicos confirmam incapacidade mental de menina cristã (Veja)
http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/medicos-confirmam-incapacidade-mental-de-menina-acusada-de-blasfemia


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quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Queimadas trazem transtornos à população na zona Sul de Teresina

28/08/2012 12:30


Todos os anos nessa mesma época as queimadas chamam bastante atenção e uma série de consequências. Devido ao vento forte e à baixa umidade, a fumaça das queimadas e as cinzas se proliferam trazendo vários transtornos à população. Na zona sul, o problema parece ser ainda maior, já que lá é um dos lugares onde há mais focos de queimadas em virtude dos terrenos baldios.
 

A equipe de reportagem do Jornal Meio Norte flagrou ontem (27), no bairro Santo Antônio, uma dessas queimadas. A fumaça do local já podia ser avistada ao longe e estava bem próximo a muitos pontos comerciais e até residências.
Mas não é difícil presenciar cenas como essas. Em vários bairros da região, como no Lourival Parente, em terrenos baldios o chão escuro evidencia que ali passou recentemente por uma dessas queimadas. E as consequências quem sente são os moradores.
Para Mariana Alves, moradora do Lourival Parente, isso tem gerado muitos incômodos. “Está muito ruim. Na hora que a gente termina de limpar a casa, já está sujo do mesmo jeito por causa das cinzas. A fumaça também incomoda muito. Tenho um filho com problema de asma e eu fico muito preocupada porque incomoda bastante”, afirma.
 

De acordo com o educador ambiental Reginaldo Muniz, esse é um problema comum nas áreas mais distantes do centro. Isto porque, em virtude da grande quantidade de matagais, se torna local propício para as queimadas.
O problema é que, em virtude da situação climática, as queimadas se agravam. “Está tendo muitas queimadas e muitas delas são criminosas. Nesse período de B-R-O-BRÓ é agravado, pois qualquer coisa já pode provocar um incêndio, por conta dos ventos fortes”, explica.

E as consequências não são apenas para a flora e fauna, mas sobretudo para a saúde de quem precisa enfrentar o problema diariamente. 
Fotos: divulgação
Fonte: Meio Norte

terça-feira, 28 de agosto de 2012

CPT participa do Encontro do GAETE em Teresina.




Começou nesta quinta (23), o encontro do Grupo de Articulação Interestadual de Enfrentamento do Trabalho Escravo (GAETE), promovido pela Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 22ª Região - Piauí em parceria com a Associação dos Magistrados da 22ª Região. O objetivo do evento é conscientizar a sociedade para a importância de atitudes que busquem combater o trabalho escravo.
O coordenador do evento, o juiz Titular da Vara do Trabalho de Bom Jesus, Carlos Wagner, chamou atenção para a importância da troca de experiências entre os atores socais de enfrentamento do trabalho

Trabalhadores do Assentamento Nova Conquista- Monsenhor Gil-PI
escravo para avaliar as ações positivas de combate a essa dura realidade nos principais estados exportadores de mão-de-obra escrava, como é o caso do Piauí.

De acordo com o juiz Carlos Wagner, na Vara do Trabalho de Bom Jesus os fundos arrecadados estão sendo utilizado para realização de ações que visam mudar essa realidade. Ele exemplificou informando sobre a aplicação direta de fundos arrecadados em multas trabalhistas na compra de 
Joana Lucia- Coordenadora da Comissão Pastoral da Terra -Piauí
120 livros para a UESPI e na construção de 2 poços tubulares em comunidades da zona rural de Bom Jesus. Atuando de um lado, na educação como principal elemento de conscientização, e do outro, permitindo condições mínimas para que o homem do campo não fique fragilizado e se sujeite a esse tipo de atividade.

As duas ações simplórias servem muito mais como exemplos de que é possível atuar nas mais diferentes áreas para combater esse mal que denigre o trabalhador rural. No combate ao trabalho escravo, toda ajuda é bem vinda.

A Consultora da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Mariana Castilho, falou sobre  o segundo Plano Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo.
Também presente no evento, Thiago Casteli, que faz parte do programa educativo "Escravo Nem Pensar", da ONG Repórter Brasil de SP, explicou que é fundamental desenvolver atividades que promovam essa discussão sobre o trabalho escravo para conscientizar a sociedade para importância do combate dessa realidade.
Começou nesta quinta (23), o encontro do Grupo de Articulação Interestadual de Enfrentamento do Trabalho Escravo (GAETE), promovido pela Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 22ª Região - Piauí em parceria com a Associação dos Magistrados da 22ª Região. O objetivo do evento é conscientizar a sociedade para a importância de atitudes que busquem combater o trabalho escravo.

O coordenador do evento, o juiz Titular da Vara do Trabalho de Bom Jesus, Carlos Wagner, chamou atenção para a importância da troca de experiências entre os atores socais de enfrentamento do trabalho escravo para avaliar as ações positivas de combate a essa dura realidade nos principais estados exportadores de mão-de-obra escrava, como é o caso do Piauí.

De acordo com o juiz Carlos Wagner, na Vara do Trabalho de Bom Jesus os fundos arrecadados estão sendo utilizado para realização de ações que visam mudar essa realidade. Ele exemplificou informando sobre a aplicação direta de fundos arrecadados em multas trabalhistas na compra de 120 livros para a UESPI e na construção de 2 poços tubulares em comunidades da zona rural de Bom Jesus. Atuando de um lado, na educação como principal elemento de conscientização, e do outro, permitindo condições mínimas para que o homem do campo não fique fragilizado e se sujeite a esse tipo de atividade.

As duas ações simplórias servem muito mais como exemplos de que é possível atuar nas mais diferentes áreas para combater esse mal que denigre o trabalhador rural. No combate ao trabalho escravo, toda ajuda é bem vinda.

A Consultora da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Mariana Castilho, falou sobre  o segundo Plano Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo.
Também presente no evento, Thiago Casteli, que faz parte do programa educativo "Escravo Nem Pensar", da ONG Repórter Brasil de SP, explicou que é fundamental desenvolver atividades que promovam essa discussão sobre o trabalho escravo para conscientizar a sociedade para importância do combate dessa realidade.

O GAETE envolve entidades dos estados do Piauí, Maranhão, Pará, onde a questão é mais sensível, formados por entidades governamentais como a Justiça do Trabalho, Ministério Público do Trabalho, Ministério do Trabalho e Emprego, Secretarias de Direitos Humanos, além de entidades não-governamentais, como Comissão Pastoral da Terra, Repórter Brasil, dentre outras.

O evento prossegue nesta sexta-feira (24) no auditório do Fórum Trabalhista, Juiz Jesus Fernandes de Oliveira, na Avenida Miguel Rosa.

Material da Campanha de Olho aberto para Não virar Escravo
Mariana Castilho- Consultora Consultora da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República

 

 
 

 
  

 
  




Volta a Goiás



Padre lembra 25 anos de atentado
Crime ocorreu em 1987, no município de Mossamêdes. Religioso defendia a reforma agrária
Malu Longo 23 de agosto de 2012 (quinta-feira)
Aos 78 anos de idade e há 5 de volta à sua cidade natal, Carpi, na Itália, o padre Francesco Cavazzuti desembarcou em Goiânia na semana passada para participar das celebrações que lembram os 25 anos do atentado que o deixou cego dos dois olhos. O crime, ocorrido na noite do dia 27 de agosto de 1987, no município de Mossâmedes, a 150 quilômetros de Goiânia, na Região do Mato Grosso Goiano, entrou para a história goiana como um dos marcos da luta pela reforma agrária. Muito lúcido e com as marcas da violência no rosto, o padre Chico como ficou conhecido nas paróquias por onde passou, é um brincalhão, mas ainda se emociona ao falar da experiência que viveu.
Hoje, em Goiânia, ele se faz uma celebração íntima na casa de uma das pessoas que o acompanharam em sua trajetória na Comissão Pastoral da Terra (CPT). No sábado, padre Cavazzuti estará na cidade de Goiás onde, às 20 horas, haverá uma celebração no Centro Diocesano. E, na segunda-feira, quando se completam exatos 25 anos do atentado contra sua vida, ele vai celebrar uma missa na igreja paroquial de Mossâmedes.
Após o atentado, padre Cavazzuti se recuperou em São Paulo (SP) e na Itália e voltou para Mossâmedes, onde continuou como pároco até 2002. Depois, foi para Itapirapuã, de onde saiu há cinco anos para retornar à Itália.
Ontem, na sede da Comissão de Justiça e Paz dos Dominicanos, em Goiânia, padre Chico recebeu a equipe do POPULAR. Ao seu lado estavam a irmã, a também religiosa Tereza Cavazzuti, que veio com ele da Itália, e os companheiros de uma longa jornada na atuação nos direitos humanos, Sebastião Donizete de Carvalho, Flávio Alves Barbosa e Vilma Ribeiro de Almeida, fiéis escudeiros que ainda sonham em tê-lo de volta.
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“A luta pela justiça nunca é em vão”



23 de agosto de 2012 (quinta-feira)
Wildes Barbosa

O padre Francesco Cavazzuti relembra, em entrevista exclusiva ao POPULAR, o encontro com seu algoz, e diz que atentado foi contra a diocese. “Eles, os proprietários de terra, ficaram com raiva de mim e falaram: ‘Tem de tirar esse falador daí senão estraga tudo’.” 

Que avaliação o senhor faz desse processo todo 25 anos depois?
Examinando as coisas não apenas do ponto de vista social, mas do ponto de vista da fé Deus entrou de cheio nessa história. Ele não permitiu que se realizasse o plano dos homens que era matar. Deus salvou minha vida. Foi como se dissesse: “Eu sou dono da vida, não vocês”. E fez mais nesse ato de amor: acrescentou 25 anos para continuar a trabalhar na missão que ele me confiou quando fui ordenado padre, pastor da Igreja Católica.

Então, chegou a visitar o Marcelino Antônio, o homem que atirou no senhor? Foi um encontro difícil?
Foi em Mossâmedes, antes da transferência para a cadeia em Goiânia. Terminei de celebrar a missa e saindo, estava de mãos dadas com um jovem e eu disse que gostaria de visitar o Marcelino na cadeia. Já no corredor, diante da cela, eu o cumprimentei, ele respondeu e depois me disse: “Sinto muito ter cegado o senhor. Eu devia matar. Me pagaram para isso”. Aí segurei a mão dele e disse que ele tinha me feito um mal muito grande que levaria para a vida toda, mas o perdoava. E disse que de mim ele não poderia ter medo, porque não arrumaria ninguém para fazer vingança e até chamei para tomar um café juntos, mas lembrei que a lei civil, a lei do país, ele teria de enfrentar. Segundo o jovem que estava comigo, ele voltou para a cama, abaixou a cabeça e disse: “Padre, não venha mais aqui”.

Foi muito difícil a perda física sofrida pelo senhor?
Sim, a perda das vistas foi um problema muito sério, mas depois de um certo tempo passei a reconhecer os lugares onde morei, as ruas e as casas. Em Mossâmedes quase sempre andava sozinho. Ao longo do caminho encontrava crianças que me acompanhavam.

Na época, o Marcelino alegou que tinha atirado porque o senhor se negou a batizar os filhos dele. Como o senhor analisa essa versão.
O atentado foi pela vida pastoral da diocese. Eu acredito que por força das orações da igreja, na justiça do Evangelho e obrigação da igreja de realizar na medida do possível de realizar essa justiça para mostrar que o reino de Deus chegou. E foi essa pregação da justiça que irritou essas pessoas. Eles, os proprietários de terra, ficaram com raiva de mim e falaram: “Tem de tirar esse falador daí senão estraga tudo”. Por isso inventaram três processos contra mim - um em Jussara, outro de Goiás e outro em nível federal - e a acusação era sempre a mesma: eu era comunista, subversivo e revolucionário. Meu advogado disse ao acusador que se eu era comunista, tinha que mostrar a carteirinha do Partido Comunista. Era uma acusação sem provas.

Nesses 25 anos o senhor acompanha esses fatos? O que aconteceu com a pessoa que atirou no senhor?
Sim. O pistoleiro, condenado a 12 anos, ficou quatro anos na cadeia e foi solto por bom comportamento. Ele foi para Rondônia e me contaram que comprou uma grande fazenda com o dinheiro que recebeu para me matar. Pagaram muito bem. Não temos provas, mas falamos para a polícia que tinha sido os mandantes, eles foram ouvidos, mas nunca incomodados.

Nesses 25 anos a Igreja Católica mudou muito. A Renovação Carismática Cristã avançou assumindo o lugar das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). Como o senhor analisa isso?
Eu tenho conhecimento de que certos setores da Igreja Católica no Brasil foram calados, pediram para ficarem mais quietos. Se conseguiram calar algumas hierarquias, os leigos não. Muitos que aprenderam conosco, nas CEBs, a justiça pelos mais pobres, eles continuam fazendo. Há uma lista de jovens em Goiânia, Mossâmedes, Sanclerlândia e Goiás que continuam nessa caminhada, graças a Deus. Continuam fazendo a justiça pelos mais pobres. A semente não morreu, continua brotando. É preciso que a justiça se torne o ideal desse mundo, o fermento da política, dos sindicatos, do trabalho para o bem do povo. Não tem justiça, não tem evangelho. Nós temos o comando do Cristo, filho de Deus, não de um Karl Marx qualquer. Eu sou revolucionário, sim, não em nome de Karl Marx, de Lênin, de Stálin, de Mao Tsé Tung. Não me interessa esses homens, mas Cristo sim.

A Renovação Carismática hoje tem um papel muito forte dentro da Igreja Católica.
Eu não gosto muito desses movimentos porque me parecem espirituais demais porque o homem não é feito só de espírito, mas também de matéria. E temos que tomar conta dos dois na mesma hora. Nós também damos valor à oração, ao espiritual, aos sacramentos, mas não paramos aí. Sabemos que tem gente que precisa comer para viver. Primeiro tem que matar a fome. As pessoas têm necessidades físicas e espirituais. Acho o trabalho da Renovação Carismática limitado. Nós não ficamos só no material, mas demos importância a ele porque era necessário para o espiritual continuar. Nosso povo é religioso e as pessoas precisam rezar, mas não é só, também precisa comer. Deus sabe que as pessoas precisam da oração, mas não podem esquecer do corpo.

Como está sua vida em Carpi?
Aos domingos e sábados ajudo os vigários em paróquias maiores, onde tem apenas um padre. Vou celebrar, fazer pregações, fazer palestras e confessar. Graças a Deus ainda tem muita gente que vai pedir perdão a Deus pelos seus pecados porque reconhece que tem falhas e precisa se livrar deles.

O senhor acha que a luta pela terra avançou no Brasil?
Sim. Eu mesmo tive a satisfação, antes de sair de Itapirapuã, de ver assentadas cem famílias que viviam em barracas na periferia. As famílias estão lá unidas e algumas já construíram suas casas, estão tirando o seu sustento da terra.

O atentado não foi em vão?
Não. A luta pela justiça nunca é em vão (choro).
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