sexta-feira, 4 de maio de 2012

Meio ambiente é preocupação para 94% dos brasileiros entrevistados pelo Ibope

A preocupação dos brasileiros com o aquecimento global e problemas ambientais de uma forma geral aumentou nos últimos anos, segundo uma pesquisa nacional realizada pelo Ibope a pedido da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O porcentual de pessoas que se dizem preocupadas com o meio ambiente aumentou de 80%, em 2010, para 94%, em 2011. Além disso, 44% dos entrevistados afirmaram que a proteção ao meio ambiente tem prioridade sobre o crescimento econômico, comparado a 30% anteriormente. Só 8% disseram que o crescimento econômico é prioritário, e 40% acreditam que é possível conciliar ambos.
Com relação às mudanças climáticas, 79% acham que o aquecimento global é causado pelo ser humano, e o porcentual que considera esse aquecimento um problema 'muito grave' aumentou de 47%, em 2009, para 65%, em 2011. Entre os entrevistados, 66% classificaram o aquecimento global como 'um problema imediato, que deve ser combatido urgentemente'.
É a terceira vez que a CNI encomenda uma pesquisa de opinião sobre meio ambiente ao Ibope, dentro da série Retratos da Sociedade Brasileira - que também já abordou temas como saúde e educação. Algumas perguntas são inéditas, enquanto outras são repetidas dos anos anteriores, permitindo comparações.
'A ideia é conhecer a opinião da sociedade sobre temas importantes. Com a chegada da Rio+20 (a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que ocorre em junho), resolvemos repetir a pesquisa sobre meio ambiente', diz o gerente executivo de Pesquisa da CNI, Renato da Fonseca.
Foram entrevistadas 2.002 pessoas com mais de 16 anos em todas as regiões do País, entre 2 e 5 de dezembro de 2011. As perguntas foram agrupadas em três grandes temas: meio ambiente; mudanças climáticas; e coleta seletiva e reciclagem de lixo.
O desmatamento é o problema ambiental que mais preocupa os brasileiros, citado por 53% dos entrevistados. Em seguida aparecem a poluição das águas, citada por 44% das pessoas, e o aquecimento global, com 30%.
Comportamento. Mais da metade dos entrevistados (52%) disse estar disposta a pagar mais por um produto ambientalmente correto, comparado a 24% que afirmaram não estar dispostos. Para 16%, a decisão 'depende do quanto mais caro' custa o produto. Apenas 18%, porém, disseram ter modificado efetivamente seus hábitos de consumo em prol da sustentabilidade - por exemplo, preferindo produtos ecologicamente corretos ou deixando de comprar aqueles nocivos ao meio ambiente.
'Não basta saber a opinião das pessoas; queremos saber como elas se comportam com relação a essa opinião', afirma Fonseca. A maioria das pessoas disse que evita o desperdício de água (71%) e energia (58%), mas é difícil saber quanto disso é resultado de uma preocupação ambiental versus uma preocupação econômica com as despesas da casa.
Entre os dados que mais chamaram a atenção da CNI está o porcentual de pessoas que apontam a indústria como principal responsável pelo aquecimento global. A taxa passou de 25%, em 2010, para 38%, em 2011 - apesar de a principal fonte de emissão de gases do efeito estufa no País ser o desmatamento, não a indústria.
As empresas agropecuárias - setor mais associado ao desmatamento - foram citadas por apenas 3% dos entrevistados. Além disso, 42% avaliaram que as iniciativas das empresas em prol da preservação ambiental mantiveram-se 'inalteradas' nos últimos anos, assim como as dos governos (44%). Só 33% acharam que houve aumento de iniciativas ambientais nesses setores.
'Precisamos trabalhar muito sobre esses dados', disse o gerente executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Shelley de Souza Carneiro. 'A indústria foi o setor que mais atuou pelo desenvolvimento sustentável nos últimos 20 anos.'
Num esforço para mudar essa percepção, a CNI pretende lançar na Rio+20 uma série de 16 documentos temáticos mostrando o que cada setor da indústria - por exemplo, automotivo, de alimentação, mineração, energia - tem feito pelo desenvolvimento sustentável.
Reciclagem. Mais da metade dos brasileiros (59%), segundo a pesquisa, separa algum tipo de lixo para reciclagem, e 67% consideram a reciclagem 'muito importante' para o meio ambiente. Porém, 48% dizem não ter acesso direto à coleta seletiva de lixo - índice que chega a 68% nas Regiões Norte e Centro-Oeste. Dados que mostram um descompasso entre a preocupação da população com o tema e a capacidade de fazer alguma coisa para resolvê-lo.

‘crack-salário’ para cortadores de cana


A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) vai pedir aos Ministérios do Trabalho, da Justiça e da Saúde uma inspeção em canaviais na região de Araraquara (SP) para investigar denúncia de que pedras de crack estão servindo de pagamento para cortadores de cana dependentes da droga. O assunto foi trazido aos senadores durante a audiência pública que, nesta quinta-feira (3), debateu o relatório da 4ª Inspeção do Conselho Federal de Psicologia (CFP) a centros de internação para usuários de drogas.
- Seria grave um fato dessa ordem e justifica pedir uma inspeção – disse o senador Wellington Dias (PT-PI) ao fim da reunião.
O autor da denúncia foi Anderson Lopes Miranda, do Laboratório de Estudos Vinculares e Saúde Mental, do Instituto de Psicologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Segundo ele, a irregularidade foi identificada pela Pastoral da Terra, em levantamento sobre as condições de trabalho nos canaviais.
Violações
Antes, o coordenador da Comissão Nacional de Direitos Humanos do CFP, Pedro Paulo Bicalho, havia apresentado uma síntese do relatório em debate, divulgado em setembro do ano passado e produzido a partir de inspeção em 69 centros de tratamento em todo o país, mas conhecidos como comunidades terapêuticas. Ele apontou um quadro de violação aos direitos básicos dos pacientes nas instituições avaliadas, incluídas na inspeção a partir de denúncias registradas no site da entidade, dentro de programa denominado Observatório de Direitos Humanos.
- Grande parte dos acolhidos vive em situações que as entidades classificam como práticas de cuidado, mas que na realidade são medidas de violência – disse Bicalho.
Entre outros fatos, ele relatou o caso de um abrigo que obrigava os internos a cavar buracos, para que eles se mantivessem ocupados, considerando esta uma “medida terapêutica”. Além disso, mencionou como fato comum os internos serem forçados a adotar práticas religiosas alheias à sua fé e sofrerem repressão à sua condição sexual.
O mais grave seria a aplicação de castigos físicos aos que descumprem as normas estabelecidas. De acordo com Bicalho, um dos centros obrigava os internos considerados rebeldes a beber água recolhida no vaso sanitário.
Outro lado
Wellington Dias, que coordenou a audiência em substituição ao presidente da CDH, Paulo Paim (PT-RS), convidado para evento externo promovido por associação nacional de magistrados, elogiou o trabalho feito pelo CFP. Disse que muitas políticas públicas no país só avançaram após ações de fiscalização da sociedade organizada. Porém, ressalvou que o relatório não pode ser visto como um retrato do conjunto das comunidades terapêuticas.
O senador disse que já visitou cerca de 600 das mais de duas mil comunidades existentes em todo o país, atestando que há muitos centros de elevado padrão prestando assistência em um campo onde é necessária a atuação conjunta do Estado e da sociedade.  A seu ver, uma má leitura do relatório pode passar a idéia de que nenhuma comunidade terapêutica presta, “mas não é assim”.
- Tem muita coisa boa e não podemos deixar de reconhecer que milhares de pessoas já se beneficiaram, estando hoje em estado de abstinência – afirmou o senador.
Por sugestão de Wellington Dias, a CDH irá também levar ao governo um conjunto de propostas de ações para reforço das políticas de tratamento da dependência química. Uma delas é a proposta de que seja finalmente realizada a primeira conferência nacional para debater políticas relativas ao enfretamento da questão das drogas. Outra se refere à implantação de política de financiamento de ações nessa área, com base em 30% da receita dos tributos cobrados sobre a venda de drogas lícitas (bebida e cigarros).
Mão do Estado
O senador Paulo Davim (PV-RN), que é médico, defendeu o enfrentamento do problema da dependência química no país predominantemente por meio da “mão forte do Estado”. Disse ser lamentável que as ações sejam preponderantemente conduzidas pelas instituições filantrópicas, em grande parte com “viés religioso”, em razão da falta de infraestrutura da rede pública. Para Eduardo Amorim (PSC-SE), o governo está demorando em estabelecer uma política integrada que efetivamente funcione para prevenir, tratar e integrar socialmente as vítimas da dependência química.
O representante do Ministério da Saúde, Roberto Tykanori, salientou a importância de políticas que enfrentem a questão da droga em sua complexidade. Ele lembrou que a “guerra às drogas” que norteou as políticas de muitos países nos últimos dez anos era apoiada na tese de que a dependência “rompe o tecido social”.  Conforme assinalou, a própria ONU assume visão contrária: a droga e o crime emergem quando o tecido social se encontra rompido e prevalece um quadro de exclusão social.
Participaram ainda do debate Paulo Avelino, psicanalista da Sociedade Brasiliense de Psicanálise, e Nilton Vaz, professor do Conselho Distrital de Promoção dos Direitos Humanos do Distrito Federal.

CPT lança o relatório sobre a violência do latifúndio contra os trabalhadores


Na próxima segunda-feira, (07/05) a Comissão Pastoral da Terra (CPT) lançará sua publicação anual, Conflitos no Campo Brasil 2011. É a 27ª edição do relatório que concentra dados sobre os conflitos, violências sofridas pelos trabalhadores e trabalhadoras rurais e suas comunidades, e pelos povos tradicionais, em todo o país. O relatório elenca também algumas ações dos homens e mulheres do campo na busca e defesa de seus direitos. 
O lançamento se realizará na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília, às 9h30. Estarão presentes ao lançamento, o conselheiro permanente da CPT, Dom Tomás Balduino, o secretário geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner, o presidente da Comissão para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz, Dom Guilherme Werlang, os membros da coordenação executiva nacional da CPT, o secretário da coordenação nacional da CPT, Antônio Canuto e o professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Carlos Walter Porto Gonçalves. 
O lançamento terá a presença, também, de Laísa Santos Sampaio, irmã de Maria do Espírito Santo que, juntamente com seu marido, José Cláudio, foi assassinada em uma emboscada no Pará, em maio de 2011. Laísa está sendo ameaçada de morte. Também estarão presentes a quilombola, Zilmar Pinto Mendes e Diogo Cabral, advogado da CPT, ameaçados de morte no Maranhão. 
E está sendo aguardada a presença de Valmir, indígena Guarani Kaiowá, filho do cacique Nísio Gomes, assassinado em novembro de 2011, no Mato Grosso do Sul. Na mesma data, a CPT entregará o relatório à ministra da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Maria do Rosário Nunes, ao Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo e ao Ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, e o protocolará nos ministérios do Meio Ambiente e Minas e Energia, e na Secretaria Geral da Presidência da República. 

Conflitos no Campo Brasil 2011 
O relatório registra 29 trabalhadores rurais assassinados em conflitos no campo no ano de 2011. Um número menor que no ano anterior, quando foram assassinados 34 trabalhadores. Entretanto, houve um grande aumento no número de trabalhadores e trabalhadoras ameaçadas de morte, de 177,6%. Além disso, os conflitos no campo, em especial os conflitos por terra, tiveram acentuado crescimento. 

Violência volta a assustar em 2012 
O ano de 2012 se inicia com mais violência no campo. Somente nos quatro primeiros meses do ano, 12 trabalhadores e trabalhadoras foram assassinadas em conflitos no campo. No mesmo período do ano passado, 8 haviam sido assassinados. Muitos trabalhadores, indígenas, militantes, sindicalistas e lideranças continuam sendo ameaçados. O caso da trabalhadora do sul de Lábrea (AM), Nilcilene, é um exemplo. Ameaçada, depois de muita insistência junto a órgãos do governo, conseguiu proteção policial da Força Nacional, que foi para a região monitorar os conflitos. 
Nesse mês de abril último, tanto a Força Nacional quanto Nilcilene tiveram que sair da região. As ameaças passaram a ser destinadas, também, a membros da Força. Segundo relatos, os pistoleiros se organizavam para matar Nilcilene e os seguranças que estivessem com ela.

CPT Piauí na Luta pela aprovação da PEC 438/01

Imprensa piauiense tem café da manhã em prol da PEC 438/01

Entidades do Fórum Estadual de Combate ao Trabalho Escravo do Piauí, ofereceram na manhã de hoje 4 de maio, na sede da Superintendencia Regional do Trabalho e Emprego- SRTE-PI, um café da manhã com objetivo de divulgar a mobilização para aprovação da Proposta de Emenda Constitucional PEC 438/01,
 do Trabalho Escravo, que esta sendo pautada para votação na Câmara dos Deputados e que deve acontecer na tarde da próxima terça-feira, 8 de maio.
 Imprensa piauiense

O texto prevê que as propriedades em que for flagrado trabalho escravo serão expropriadas e destinadas à reforma agrária ou uso social. Não faltam motivos para apoiar a medida, considerada importantíssima na luta pela erradicação da escravidão no Brasil.
 Deputado Federal Assis Carvalho-PT
Deputado Federal Pães Landim-PSD
O momento contou com a presença das instituições governamentais e da sociaedade civil organizada que compõesm o fórum, bem como a participação dos Deputados Federais Assis Carvalho-PT e Pães Landim-PSD e do trabalhador rural Francisco José ( Chiquinho) que expôs a organização e luta do grupo de trabalhadores ex-migrantes e escravizados do Piauí.

Você que ainda não votou  continue espalhando entre seus contatos o link do ABAIXO-ASSINADO on-line em favor da PEC (http://bit.ly/IlynvV #trabalhoescravo #pec438), incluindo alguma mensagem convidativa (várias sugestões estão no final de http://www.trabalhoescravo.org.br/noticia/48).