segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Destruição da Mata Atlantica do Piauí

Céu à carvoaria

Maneco Nascimento 13/01/2011

Correioweb

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Desmatamento na Serra Vermelha: árvores derrubadas para produzir carvão

Natureza, (sobre) viva. A região seria o céu indispensável dos grileiros e dos proprietários das carvoarias

Tarefa simples, administrar a pasta estadual do Meio Ambiente, que a efeitos de fisiologismo ensebado confirma Dalton Macambira (PCdoB), em generoso cargo de paxá da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, para quem sabe + quatro anos de desmandos. Que Deus nos proteja das novas ciladas ao meio ambiente, porque das arrumações políticas ninguém nos defenderá.

Dez dias após reassumir o órgão, na noite da última segunda-feira, o protagonista de grandes escândalos ambientais na gestão anterior de oito anos de governo petista, Dalton Macambira, foi apontado pelo Jornal da Globo, em matéria de abrangência nacional, como o responsável pela destruição das matas nativas do sul do Piauí, em especial, o que resta da Mata Atlântica no estado. ("Jornal da Globo mostra caos na gestão do meio ambiente no Piauí". Matéria da jornalista Tânia Martins, para publicação, em 11 de janeiro de 2011)

Matéria de amplo destaque, conduzida pelo repórter José Raimundo, trouxe à mostra o submundo da indústria carvoeira. O Piauí numa radiografia de como vem sendo dizimado o bioma dessa natureza que tanto nos protege, com autorização oficial do gestor da pasta responsável pela proteção ambiental.

Escândalo por escândalo para a horda dos ausentes de interesses coletivos, esse das manobras ao desmatamento para benesses de grupinhos privados seria bem extenso.

Além das autorizações de cunho "legais" de derrubada de mata, há também a afirmação de fiscais do Ibama da existência de exploração ilegal das reservas naturais.(Idem)

A região seria o céu indispensável dos grileiros e dos proprietários das carvoarias. A reportagem apontou que a região da Serra Vermelha, entre os municípios de Curimatá e Morro Cabeça no Tempo, este último um dos locais + pobres do Brasil, não alcançado ainda pela política inclusiva governamental para os miseráveis brasileiros, estaria concentrado o olho do furacão ganancioso da produção de carvão vegetal do Nordeste.

Toda a sorte de lucros bem repartidos ao discurso desenvolvimentista ocorre com o autorizo da Semar. Em auxílio do bom comunista, Dalton Macambira, veio para a Semar um ex-funcionário do Ibama, que, segundo consta, trouxe consigo vasta experiência no assunto de produção ao interesse de quem compra a energia natural e verde.

Indicado pelo deputado federal Osmar Júnior (PCdoB), o gestor da pasta do meio ambiente estadual vai possibilitando um céu mais cinza e um solo + árido às futuras gerações, nunca beneficiadas com o espólio de olhos flamejantes de futuro.

Apesar do mapa do IBGE, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente posicionou-se à reportagem da Globo como não reconhecendo aquela área, em processo de extinção completa, como Mata Atlântica. Também confirmou todas as autorizações para desmatamento e a intenção em proteger o projeto Energia Verde, da empresa carioca JB Carbon S/A, que planeja transformar 78 mil hectares, da última floresta do semiárido, em carvão. (Idem)

Exclusão da área viva, por demais lucrativa, da ampliação do Parque Nacional Serra das Confusões em benefício do Projeto Energia Verde e lucro aos cofres do Piauí, manobra que rendeu R$ 150 milhões de reais a serem divididos entre os fazendeiros que dizem possuir terras na região(Idem), seriam só alguns dos artifícios produzidos pelo comunista Dalton Marcambista, ops!, Macambira.

Ambientalistas como Rômulo Mello, presidente do ICMBio, Dionísio Neto, da Rede Ambiental do Piauí e o biólogo Francisco Soares, da Fundação Rio Parnaíba, sabem do que estão falando quando apontam esse gestor oficial do meio ambiente como omisso às causas ambientais no estado.

Eles não estão com prosa vazia. Talvez só não consigam, como qualquer pessoa sensível, aceitar que a Semar pareça só preocupar-se com lucros e dividendos.

O caso de desmatamento selvagem com foco de denúncia no Globo Repórter, nas revistas Terra, Com Ciência Ambiental, Horizonte Geográfico, Terra da Gente, Rolling Stones e, mais recentemente, em novas abordagens da revista Época e do jornal Correio Braziliense não parecem surtir qualquer efeito entre os políticos e autoridades locais. (Idem)

Talvez o futuro da maioria da vida do planeta tenha que ser sobreviver, bem mal, como herdeira da corja pirata que debasta as matas brasileiras, enquanto produz o próprio futuro, recheado de interesse privado.

Que a natureza (sobre)viva como puder, porque das decisões ambientais oficiais se estará fadado a um futuro previsivelmente caótico, graças a esses homens do governo.

Globo mostra destruição da Mata Atlântica no Piauí