A Comissão Pastoral da Terra (CPT-PI) divulga carta durante o Seminário Internacional de Arte Rupestre Global Rock Arte.
Além de português, o documento foi traduzido para o inglês e, segundo informa, a criação destes espaços é importante por conta da preservação ambiental, por outro lado, desrespeita os nativos da região que também são integrantes do cerrado.
“Antes da criação dos parques centenas de famílias já viviam e produziam nesta área respeitando a natureza. Com a criação dos mesmos, muitas destas famílias foram expulsas passando a viverem nas periferias das cidades, sendo que muitas delas ainda hoje não foram indenizadas e as que moram no corredor ecológico, sofreram perseguições, repressão, intimidação, e ainda não são detentores das políticas públicas e nem valorizadas pela importância que tem neste processo” afirma a carta aberta.
De acordo com Félix Neres dos Santos, de 80 anos, integrante CPT da cidade de São Raimundo Nonato, região sul do Piauí, há mais de 20 anos o drama das famílias foi iniciado. No povoado Zabelê, por exemplo, mais de 110 famílias foram despejadas com promessa de indenização:
“Era uma região de descendência dos antigos. Naquele dia foram despejadas mais de 110 família com 412 pessoas (...) As pessoas estão há mais de 20 ano sem receber a indenização. Tem pessoas que o IBAMA foi pagar e pagou 2 mil reais, serviço que valia mais de R$ 12 mil. Sempre preservamos lá e alguns estão escavando o chão para encontrar ossada. Hoje, há mais de 30 anos que agente não mata nada. Tem gente que até hoje chora com vontade de trabalhar naquela região” relata Félix.
A Coordenação Estadual da CPT-PI, declara que as informações que a entidade possui, dão conta que as famílias não foram consultadas previamente sobre a criação do Parque Ambiental:
“As pessoas foram tratadas como objeto. Moravam há anos e foram expulsas. Além da expulsão foi prometido que seriam indenizadas”
Acrescenta que e a media em que as famílias eram expulsas, o único local que tinham como destino era a periferia da cidade e só foram amparadas anos depois com a criação de um assentamento, mesmo assim, famílias inteiras já haviam ido embora.
“Houve uma falta de sensibilidade. As famílias viviam da plantação de arroz, feijão, mandioca e laranja e hoje não tem onde plantar. É preciso olhar as famílias e sua história. Eles foram tratados como seres que destruíam e não como seres que preservam. Se eles não preservassem , não haveria natureza lá como há hoje”, afirma.
A Comissão Pastoral da Terra do Piauí também chama atenção para outros tipos de problemas como projeto de implantação de minério no entorno dos parques, caça predatória e o tráfico de animais que são verdadeiros crimes ambientais. Com a carta aberta a CPT-PI espera levantar a discussão sobre o tema nos esferas estadual, federal e internacional para que as famílias prejudicadas com esse processo, tenham seus direitos restituídos respeitados.
Coordenação da CPT-Regional
Além de português, o documento foi traduzido para o inglês e, segundo informa, a criação destes espaços é importante por conta da preservação ambiental, por outro lado, desrespeita os nativos da região que também são integrantes do cerrado.
“Antes da criação dos parques centenas de famílias já viviam e produziam nesta área respeitando a natureza. Com a criação dos mesmos, muitas destas famílias foram expulsas passando a viverem nas periferias das cidades, sendo que muitas delas ainda hoje não foram indenizadas e as que moram no corredor ecológico, sofreram perseguições, repressão, intimidação, e ainda não são detentores das políticas públicas e nem valorizadas pela importância que tem neste processo” afirma a carta aberta.
De acordo com Félix Neres dos Santos, de 80 anos, integrante CPT da cidade de São Raimundo Nonato, região sul do Piauí, há mais de 20 anos o drama das famílias foi iniciado. No povoado Zabelê, por exemplo, mais de 110 famílias foram despejadas com promessa de indenização:
“Era uma região de descendência dos antigos. Naquele dia foram despejadas mais de 110 família com 412 pessoas (...) As pessoas estão há mais de 20 ano sem receber a indenização. Tem pessoas que o IBAMA foi pagar e pagou 2 mil reais, serviço que valia mais de R$ 12 mil. Sempre preservamos lá e alguns estão escavando o chão para encontrar ossada. Hoje, há mais de 30 anos que agente não mata nada. Tem gente que até hoje chora com vontade de trabalhar naquela região” relata Félix.
A Coordenação Estadual da CPT-PI, declara que as informações que a entidade possui, dão conta que as famílias não foram consultadas previamente sobre a criação do Parque Ambiental:
“As pessoas foram tratadas como objeto. Moravam há anos e foram expulsas. Além da expulsão foi prometido que seriam indenizadas”
Acrescenta que e a media em que as famílias eram expulsas, o único local que tinham como destino era a periferia da cidade e só foram amparadas anos depois com a criação de um assentamento, mesmo assim, famílias inteiras já haviam ido embora.
“Houve uma falta de sensibilidade. As famílias viviam da plantação de arroz, feijão, mandioca e laranja e hoje não tem onde plantar. É preciso olhar as famílias e sua história. Eles foram tratados como seres que destruíam e não como seres que preservam. Se eles não preservassem , não haveria natureza lá como há hoje”, afirma.
A Comissão Pastoral da Terra do Piauí também chama atenção para outros tipos de problemas como projeto de implantação de minério no entorno dos parques, caça predatória e o tráfico de animais que são verdadeiros crimes ambientais. Com a carta aberta a CPT-PI espera levantar a discussão sobre o tema nos esferas estadual, federal e internacional para que as famílias prejudicadas com esse processo, tenham seus direitos restituídos respeitados.
Coordenação da CPT-Regional
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